Apreciar o carnaval de Olinda passa obrigatoriamente por conhecer tamanha pérola colonial que é esta cidade deitada sobre sete colinas bem a roçar, e a ser roçada, pelo Recife – a capital do Estado de Pernambuco: Olinda é uma das mais antigas cidades brasileiras e a primeira capital deste Estado.

Olinda terá sido fundada pelos portugueses, em 1537, posteriormente ocupada pelos holandeses, no século dezassete, antes de ser novamente resgatada pelos portugueses.

A verdade é que não há carnaval de Olinda sem a beleza natural e a cultura de Olinda…a história e a paisagem natural confundem os sentidos que desaguam em pura alegria


Conhecer o carnaval de Olinda é mesmo conhecer Olinda – subindo e descendo aquelas ladeiras seculares de onde se pode fruir a mistura dos azuis e dos verdes temperados a brisa morna e terapêutica: céu, mar e vegetação em conluio de beleza só para nós.

Mas à parte do esplendor natural desta cidade em Pernambuco plantada também há o resto: há arte, há cultura, há música, há gastronomia, há negócios. Há, em Olinda, enfim, um abismo de sensações. Só mesmo experimentando a cidade para perceber a magia do carnaval de Olinda.

Aproveitar um carnaval em Olinda é também não deixar passar ao lado, porque estão por todo o lado, os notáveis exemplos de arquitectura dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, as sacadas, as portas pesadas e as pinturas brilhantes nas paredes.

Referir que esta cidade é um dos mais importantes centros culturais do Brasil não é demais – nem que, em 1982, foi declarada Património Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO e mais tarde, em 2005, Olinda foi eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura.

Depois de Duarte Coelho, o primeiro donatário da capitania, exclamar Oh linda!, o carnaval do mundo não voltou a ser o que era: ficou melhor. E os bonecos de Olinda?


Sem os bonecos de Olinda, de facto, é impossível haver carnaval em Olinda. E sem o carnaval de Olinda fará sentido o carnaval no mundo? São os bonecos gigantes com origem na cidade de Tarrafas, feitos de tecido, isopor, papel, madeira, fibra de vidro e alumínio, que fazem o brilho desta festa. São dezenas e dezenas de bonecos gigantescos – entre os quais o tão conhecido Homem da Meia Noite - que fazem as delícias dos foliões residentes e turistas todos os anos.

O homem da Meia-Noite é um dos bonecos do carnaval de Olinda mais antigos, criado por Benedito Barbaça, um marceneiro e entalhador, e pelo pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz. Consta-se que este último, um apaixonado pela sétima arte, terá ido ao cinema assistir ao filme O ladrão da meia-noite, que conta a história de um ladrão de classe que – sempre à meia noite e de um lugar diferente - saía de um relógio sendo causa de pânico na cidade. Tamanho terá sido o impacto desta personagem que o pintor decidiu recriá-lo em uma versão de sorriso com três metros e meio de altura e um dente de ouro, vestido de verde e branco e cartola - carregando no braço um relógio que, pesando cerca de cinquenta quilos, marca sempre meia noite.

Cidade fantástica, beleza natural e cultural ímpar, Olinda celebra o carnaval ao som do frevo, do maracatu e de outros ritmos originais e quentes de Pernambuco. Também na companhia de bonecos gigantes e blocos carnavalescos, com temáticas diversas, a época, nesta região, fica ainda mais alegre e viva. É como se um pedaço de Portugal ali estivesse: um pedaço entretanto trabalhado, colorido e valorizado naquilo que a alegria tem para nos oferecer de melhor.

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