O significado do carnaval para a Igreja católica sempre foi um pouco controverso - ou não fosse esta festa alusiva ao prazer e, de certa forma, à obscenidade. Mas então como pode prevalecer esta comemoração no nosso calendário?
Não obstante a controvérsia do significado do carnaval para o catolicismo, a verdade é que a sua festividade foi permanecendo ao longo do tempo…
Tolerância. Talvez a palavra certa para caracterizar a aceitação da Igreja católica relativamente ao significado que o carnaval foi assumindo ao longo dos tempos seja mesmo tolerância. De outra forma, como explicar que ainda nos nossos dias seja parte integrante – e importante – do nosso calendário?
Havendo dúvidas sobre a vontade que os católicos terão tido, inicialmente, de eliminar esta comemoração, a verdade é que esta vingou e foi aceite pela poderosa igreja católica quando, no século quinze, a incorporou no calendário oficializando-se, desta feita, a festa da carne.
Trata-se então, em seu significado para a igreja católica, da festa que antecede a abstinência de carne requerida pela quaresma. Durante três dias faz-se a abstinência que precede a quarta-feira de cinzas. Há, no entanto, ainda alguns padres que nas suas paróquias tentam dissuadir os fiéis a cometerem os excessos de diversão a que o carnaval convida – resquícios de censura, pois claro.
Ora isto releva que, no fundo, a igreja católica apenas tolera esta festa não a sentindo como digna do peixe que vende já que o carnaval não é, de todo, exclusivamente cristão: é pagão.
A bíblia não cita qualquer referência à cristianização do carnaval tal, como em tantas outras coisas do mundo, como a igreja católica romana quer…
Terá sido, então, no século quinze que o papa Paulo II incorporou o carnaval no calendário cristão. Ora tal revestiu-se, segundo alguns autores, de um significado do carnaval apenas em uma perspectiva de sucesso popular e nada tendo que ver com a sua real aceitação.
Mais tarde, também o Papa Paulo IV (porque são os Papas quase todos Paulos?) vinha a promover a terça-feira gorda carregada de comilanços regados a vinho e a volúpia do estômago. Curioso, não? É que este terá sido o pontapé de saída para que o carnaval adquirisse um significado de festa sem ser na rua…
A verdade é que na bíblia, como anteriormente referido, não consta qualquer proximidade do carnaval à sua cristianização e, pelo contrário, a tendência é a oposta.
Importante referir é que o significado do carnaval é, efectivamente, pagão – e foi assim que foi prevalecendo até à actualidade. Tudo o que é, aos olhos cristãos, indigno e pagão e referente à carne está por dentro da celebração do carnaval: está o adultério, a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as porfias, as emulações, as iras, as dissensões, as heresias, as invejas, os homicídios, a gula e muitas outras. E se, mais atentos, chegarmos às palavras do apóstolo Paulo podemos perceber claramente que o que diz é: quem segue este caminho pagão, que o mesmo será referir o carnaval, não herda o reino de Deus…
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