As máscaras de carnaval são um acessório imprescindível nas fantasias que vestimos todos os anos. Quanto mais assustadoras e curiosas forem estas, melhor – mais divertida se torna a festa. E se pudermos anexar-lhes uma legenda de conhecimento, tanto melhor. Por exemplo, de onde surgiu a personagem do Frankenstein – a máscara eleita para o disfarce deste carnaval?

Considerado a primeira obra científica da história, o romance do Frankenstein é uma inspiração para as máscaras de carnaval

Trata-se de um romance do século dezanove, escrito por Mary Shelley, considerado a primeira obra de ficção científica que viria a influenciar fortemente a cultura popular e a literatura ocidental, em terror gótico, cuja personagem principal é um estudante de ciências naturais, Frankenstein, que, no seu laboratório, cria um monstro: o, igualmente, Frankenstein.

Máscara de FrankensteinA narrativa desenvolve-se em moldura – ou quadro -, isto é, com uma por dentro da outra, por via das cartas que o capitão Robert Walton envia à sua irmã enquanto está responsável por uma expedição náutica com o objectivo de encontrar uma passagem para o Pólo Norte. Em narrativa paralela, o navio do irmão congela e avista-se Frankenstein que, por sua vez, conta a sua história ao capitão e este, por cartas, à sua irmã. Interessante, não é, isto de uma história carregar outra por dentro e depois se revelar nas máscaras de carnaval?

O relato da sua vida começa na infância, passa pela adolescência – sempre como um aluno dedicado e curioso e interessado pelas ciências naturais e pela alquimia. Até que entra na universidade e o contacto com os mestres da ciência torna-se inevitável e cada vez mais irresistível: aquele era o seu mundo – o mundo que lhe revelaria, por sua descoberta insistente, o segredo da criação da vida.

A grande revelação da história de um para a história do outro: a criação de um monstro por Frankenstein: o Frankenstein

A criação de uma criatura gigante, monstruosa, à custa de sacrifícios enormes de saúde e de relações interpessoais, é o resultado de dois anos de afincado estudo no laboratório – um resultado que deixa o seu criador com nojo da sua própria criação, abandonando-a: o Frankenstein que foge do Frankenstein – a mais interessante das máscaras de carnaval.

Frankenstein, o criador, perante tal monstruosidade, foge e adoece e fica aos cuidados de um amigo até recuperar de novo as forças. O seu regresso, entretanto, é forçado pela notícia do assassinato de um irmão, o mais novo, regresso que acontece no calor de um crime que supostamente teria sido a criada a cometer…

A suspeita de Frankenstein recai imediatamente sobre a sua criação sem, no entanto, conseguir justificá-la perante a justiça e a criada é, então, inocentemente, condenada à morte.

A história continua, com imensa aventura pelo meio, com o sentimento de culpa de Frankenstein perante a monstruosidade que havia criado com a sua sede de descoberta. E encontram-se os Frankensteins: o criador e a criação – até à morte da criação nefasta para a humanidade.

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