Um texto sobre o carnaval merece o melhor dos dois mundos : merece William Shakespeare e merece o carnaval brasileiro. Juntos. E em versão contemporânea da obra do dramaturgo. E com samba a rolar por entre os dedos para os olhos que um dia destes vão ler.

Humor popular, uma ponte na obra do maior dramaturgo de todos os tempos – William Shakespeare – com o carnaval brasileiro: um texto sobre o carnaval para focar a brasilidade. E ficar.

Trata-se de uma versão contemporânea de Shakespeare, ambientada no universo do carnaval do Brasil: um texto sobre o carnaval, com uma dinâmica ritmada optimizada, levado aos palcos. De que se trata exactamente?

Fato Duque MedievalTrata-se de um casal de gémeos que naufraga em um mar de foliões e que vai parar ao carnaval de líria – onde nasceu o samba. Entretanto a condessa Shakespeariana transforma-se em rainha de bateria; o duque passa a ser um dono de escola de samba; os habitantes do reino transformam-se em passistas, porta-estandartes, pierrôs e colombinas. Este texto de carnaval é uma peça que dá pelo nome de Noite de Reis – Unidos do Carnaval.

Originalmente, este texto de carnaval era uma simples Noite de Reis. Mas isso era antes. Agora a peça foi alterada e modificada e adaptada à realidade brasileira entre amores, desamores, intrigas e aventuras. Porque há um mundo por debaixo do samba do Brasil: o sub-mundo das escolas de samba e dos ritmos das baterias onde também a vida passa – e se passa.

Entre sonhos e confusões mistura-se, neste texto sobre o carnaval, o elenco com o público: por toda a parte há sambistas e cumplicidades em pé de samba.

Celebração do teatro que mistura uma peça antiga com a contemporaneidade do samba de enredo. Já imaginou Shakespeare a dar ao pé samba enredo?

Folia com arte por dentro e por fora em um texto de carnaval que se fez teatro e que celebra o teatro pela brasilidade – com a diversão da dança pela música do samba enredo.

O samba enredo é um subgénero do samba moderno que surgiu no Rio de Janeiro na década de cinquenta do século passado, um tipo de samba que é produzido especialmente para os desfiles das escolas de samba. E sem escolas de samba não há carnaval no Brasil – daí a opção por esta música, e dança, a levar ao palco em um texto de carnaval adaptado de Shaskespeare.

Refira-se que até meados dos anos quarenta tudo o que as escolas de samba cantavam, durante o desfile, era um par de sambas que não faziam alusão ao enredo. Este samba cantado era apenas composto por um refrão anteriormente concebido seguido de improvisações no decorrer dos desfiles.

Como entretanto os improvisos terão sido proibidos, a entidade reguladora das escolas de samba passou a exigir que fosse o samba enredo o rei dos desfiles. Será também por esta razão que no texto sobre carnaval adaptado de Shakespeare seja o samba enredo a marcar a tónica da brasilidade. Tanto que até o dramaturgo havia de ficar com samba de enredo no pé.

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